domingo, 28 de junho de 2009

ILUSÃO (A sextilha )




ILUSÃO

Este é meu lugar
Tenho um lindo jardim
Um flamboyant lilás
Rosas e flores sem fim
São coloridas, ráras
Muitas colho para mim

Este é meu lugar
O ar é aconchegante
Sob um umbuzeiro
Um sombreiro gigante
Fico admirando
Seu tronco elegante

Este é meu lugar
No meio da plantação
Quem lembra da cidade?
Nem rádio é atração
Esqueço televisão
Até computação

Este é meu lugar
Onde posso respirar
O perfume do pomar
Magnólias soltam no ar
Dos deuses o aroma
Chega a embriagar

Este é meu lugar
Tem até um laguinho
Vejo marrecos nadar
No meio tem patinho
Com asa, já quer voar
È mesmo bonitinho

Este é meu lugar
Cajueiros mangueira
E tem um pé de cajá
Tem uma pitombeira
Dizem até que cura
Pode não ser asneira

Este é meu lugar
Tem a casa de banda
È coberta de palha
Do lado tem varanda
Lá eu fico a olhar
Como a lua anda

Este é meu lugar
Não sei quando vou parar
E banir a ilusão
Que estou neste lugar
Discansar meu coração
E então parar de sonhar

Vandete Bandeira Yung-Tay
28/06/09

ENVELHEÇA NO CRECI (A sextilha)


ENVELHEÇA no CRECI

Como vou te dizer
Se é bom envelhecer
São tantos os limites
Nem sei como responder
A palavra Cuidado
Começa ao amanhecer

Cuidado com o tapete
Cuidado com o chão
Cuidado, chão molhado
Cuidado no fogão
Cuidado pra não cair
Cuidado! Chinelo não ?

Fora os buracos nas ruas
As calçadas quebradas
Asfalto mal conservado
Ruas mal iluminadas
É perigo constante
Para vistas deformadas

Envelhecer será bom
Para alguns pode ser
È feliz, não sente dor,
Ter saúde, não sofrer
Como é bom, meu amor
Procure se ´proteger

A maioria dos idosos
Até pra tentar sarar
Sofre, mais um pouco
Tem filas a enfrentar
Pra chegar até o doutor
Que vai te encaminhar


Até você chegar lá
Depois de madrugar
As vezes sem alimento
Uns chegam a desmaiar
Outros faltam a sorte
E voltam sem consultar

Sem contar que quem consegue
Continua a esperar
São mais meses a sofrer
Até sua vez chegar
E dizem, VIVA O SUS
Que vivemos a pagar

Vou parar por aqui
Pra sua saúde melhorar
Depois de tanto esperar
Quero vocês convidar
Venham todos ao CRECI
A festa vai coneçar

Vandete Bandeira Yung-Tay
20/06/09
Aos amigos peço desculpa
Sou iniciante.










s

sábado, 27 de junho de 2009

A MAIS BELA (A sextilha)


A MAIS BELA

Dentre todas a mais bela
Tu és linda genial
Procurem nos cafezais
Olhem todo milharal
Subam montes e serras
Não verão nada igual

Dentre todas a mais bela
Olhem em todo o jardim
Não deixem de procurar
Vê se acham no capim
Faz perguntas, indaguem
Niguem responde ...é ruim !

Dentre todas a mais bela
Ninguem vai te encontrar
Nem mesmo o gavião
que vive a caçar no ar
Não pode e não vai ver
A mais bela do lugar

Dentre todas a mais bela
Agora vou definir
linda como uma flor
Estais sempre a sorrir
Nos meus sonhos, mamãe
Até posso te sentir

Agradeco a atenção
Por terem me ouvido
Venham sempre passear
Participe do meu lado
Para todas as mamães
Abraço apertado

Vandete Bandeira Yung-Tay
20/06/09

quinta-feira, 25 de junho de 2009

PROSA DA ESTRELA E A LUA ( A sextilha)


Lua dos namorados,
Teu clarão atrapalha
Os amantes noturnos !
Brilha, mais não espalha
Tua luz ofuscante
Por traz da nuvem falha.

Lua. os beijos no escuro
ficam mais sensuais
Chega o crepúsculo
É hora dos casais
Visitarem o bosque
Não os incomode mais

Ora ora estrela
Sois menos relusente?
-- No firmamento eu sou
Para todo o presente
Relusente brilhante
Não posso ficar ausente


Com muita sutileza
Posso sim apreciar
Os pares aos abraços
Querendo anunciar
Que breve vão se casar
E não vão renunciar

Ah , estrela estrela ,
A inveja é um horror
sabes que faço parte
Desse universo de amor
Minha luz cor de prata
É um poema sem dor

Sou estrela discreta
Com minha luz difusa
Vidas apaixonadas
Não vou deixar confusa
Mentes embriagadas
De amor, ver se não abusa.

Até as trez Marias
Minhas irmãs mimadas
De ver tanta sedução
Pensam até ser amadas
Catam astros polidos
Já que são refinadas

Anda lua malvada
Ame alguem sem cismar
Pra que ficar sozinha
Ilumima bem o mar
Quem sabe vais encontrar
Um peixe pra te amar

Vandete Bandeira Yung-Tay
28/06/09

A Semente (sextilha) Cordel




A Semente

Sou uma semente fria
Mas não sou sempre assim
Se sou jogada no chão
Vou brotar, olhe pra mim
Os meus galhos vão florir
E não vai ser tão ruim

As flores que surgirem
vão virar lindos feijões
Vai matar muita fome
Pode alegrar corações
As crianças vão adorar
Come-los nas refeições

Eu sou chique como quê
No almoço, no jantar
Não posso me ausentar
Porque tenho que faltar
Se todos vão resmungar
Na mesa nem vou sentar

Veja como sou importante
Se é a feijoada
Pode ter tudo nela
Orelha costela rabada
Já me viu fora dela?
Sou rei na panelada

Vandete Bandeira Yung-Tay
25/06/09

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Beija Flor (Em cordel) Sextilha







Beija-Flor

Que lindas as tuas penas
Suas cores a brilhar
Nenhum pintor conseguiu
Pelo menos imitar
Esse azul esverdeado
Cores do fundo do mar

Como não adimirar
Quando tu paira no ar
O nectar que te sustenta
Gosto de te ver sugar
Espero todos os dias
Pra te ver a flutuar

Volte sempre meu beija-flor
Um dia vou te pegar
Te encher de beijinho
Sua cabecinha coçar
Depois te soltar no ar
Nesse dia vou chorar

Não sei o que farei
Se tu mudares de flor
A papoula que plantei
Foi pra você meu amor
Venha sempre resgatar
Teu alimento com fervor

Vandete Bandeira Yung-Tay
24/06/09

A FLOR (SextiLHA) Resgatando Cordel




A Flor

Foi Deus que te fez tão bela
Linda maravilhosa
Lhe deu o matizado
Te deixou assim formosa
Fico emocionada
Ai como és cheirosa!!!

Como Deus te perfumou
Não posso imaginar
E não sei o que usou
Só Ele pode explicar
Ninguém jamais imitou
E nem vai adivinhar

Como Deus te coloriu ?
O arco-iris quando viu
Quis também colaborar
Com suas cores tingiu
Tentando suavizar
Todas as flores que viu !

Foi como imaginei .
Toda beleza da flor
Como veludo macia
O milagre do olôr
Tudo que no ar havia
E todo seu esplendor !

Vandete Yung-tay
24/06/09

Declaração de amor ao MEU VIOLÃO. ( A sextilha )




Meu querido violão
Tô repleta de paixão
Aperto tuas cordas
Você é meu amorzão
Seguro no teu braço
Te arrasto pro salão

Não o deixo com ninguem
Já estou ciumando
Dos dedos que te comprimem
E sai ti apertando
Não todos é verdade
Alguns vou tolerando

Tens os que acariciam
Seu toqui, que encanto
Só eles te faz vibrar
Tenho que dá desconto
Senão como vai ficar
Tudo que lendo canto

Meu violão amado
Pra mim você é um pão
Deixo tudo de lado
Até queimo o feijão
Arroz sai empapado
A carne sai um tição

Já não durmo sem teu som
Não és minha oração
Mas tiras a insonia
Quando toco a canção
Com muita harmonia
Me enches de emoção

Será que você entende
Que te amo com feição
Eu sei, tu me respondes
Só com tua vibração
Teu som é meu calmante
Me alivias o coração

Meu amigo violão
Não sei se gostas de mim
Eu sei que te adoro
Tens uma coisa ruim
È esse tal de traste
Mas, não dou bola sou assim

Tua madeira, que cheirosa
Tambem te faço carinho
Te lustro com perfume
E com muito jeitinho
Vais comigo pro baile
Cheiroso e bonitinho

Vandete Bandeira Yung-tay
24/06/09

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Sapo Rei e a Folha ( A sextilha )








o Sapo Rei e a Folha

Sapo, que pesado você é
Vá para outro lugar
Saia de cima de mim
Você vai me afundar
Não vê que sou delicada
Não quero ouvir seu roncar

Não posso cantar em paz
Sou um belo Sapo Rei
Você, só uma folha
Eu sempre cantarei
Não sou mudu como você
Daqui não me arredarei

Vá pra cima da pedra
Tu pode até roncar
Se for tua vontade
-Não venha atrapalhar
Soltar a clorofila
que até você vai respirar

Se diz tão sensivel
Podia ser mais amável
Chamar meu canto de ronco
Sou um Rei responsável
Todos me olham de longe
Me acho respeitável

A pedra vai esquentar
Prefiro sua companhia
-Pois vá pra água, sapo
Procure lá uma jia
Que te sirva de encosto
E pule na água fria

Desculpe seu Rei Sapo
Venha ser meu amigo
Respiramos o mesmo ar
Para que ser inimigo
Sou uma folha grande
Posso servir de abrigo

Vandete B Yung-Tay
25/06/09




domingo, 21 de junho de 2009

O Imigrante Tichen ( a quadra)






O IMIGRANTE TICHEN

Viajando temeroso
Em um´pequeno vapor
Sobre um mar tempestuoso
Causava frio e calor.

A solidão maltratava
Enfrentar a escuridão
A brisa arrasava
Entristecia seu coração !


Finalmente ali chegara
Foram dias de agonia
Viagem longa demora .
Ao chegar que alegria !

Mas para onde iria
Deus já havia traçado
O caminho que segueria
Estava bem ali ao lado.

Ezuberante e rico .
Peixe tinha de montão
Era o São Francisco
Só fartura na refeição .
_ Que lindo esse lugar
Logo comprou um imóvel
-É aqui que vou morar
Virou negociante notavel .

-Que tal uma caminhada
Pra logo me ambientar
Já que vou fazer morada
Tenho mais é que andar ...

Parou em um empório
Uma caixeira lhe atendeu
Era muito simplório
O que tinha lhe valeu.

Uma meiga criatura
Logo chamou sua atenção
Era a caixeira que atendera
Que fisgou seu coração.
..
Na troca de um olhar
Só um poeta dirá
Se o que sentiu foi normal
Ou um sonho irreal

Em sintonia entrara
Era pura magia !
Naquele lugar casara
Só respirava Alegria .

Quão feliz foi o Tichen
Nesta terra tão cobiçada
Vindo encontrar tão distante
A sua querida amada

Vandete Bandeira Yung-Tay

Breve Felicidade do Imigrante ( A quadra )











Um lugar deslumbrante
Um espelho d´agua brilhante
Um rio lindo grandioso
O brilho de um sol formoso

Imperava o verde
Maravilhosa paisagem
Em volta desta cidade
Flores, linda ramagem

De porte esguio e elegante
Ria, era felicidade
Neste suntuoso ambiente
Uma nova amizade

Seu robe era caçar
Retrucava sua esposa
De caçada não gostar
Pobre ave indefesa

Admirava seus trinados
Como a velha babá
Cantarolava do lado
pra seus rebentos naná

Como uma árvore gigante
o imigrante sorria
Mostrava em seu semblante
Toda pureza que havia

Como a vida de uma flor
E tendo um grande amor
A felicidade não durou
O Tichen nos deixou.

Vandete Bandeira Yung-Tay
15/01/50

MEDITANDO ( A sextilha )


Vi-me entre árvores
Sem sentir muito andei
Muitos ipês florados
Flores no bosque beijei
Senti no ar perfume
É verdade, eu amei

Pessoas ao meu redor
Nem todas perceberam
Aquele lindo lugar
Chegar não coseguiram
Só eu que flutuava
Aí não acreditaram

Imaginar é lindo
Quando consegue voar
De olhos aberto aí
É o mesmo que levitar
Em um grande cesto azul
Não quero mais parar

Agora ja vou dormir
Quem sabe não vou voar
Naquele cesto azul
Quero sempre retornar
Pode ser ressonando
Quero sempre meditar

Vandete Bandeira Yung-Tay
04/03/09

sábado, 20 de junho de 2009

ELZA SOARES (A sextilha ) (Homenagem a uma das rainhas do Rádio)



ElZA SOARES
(se acaso você chegasse ...)
Seu nome Elza Soares
Na favela criada
Casou as doze anos
Por seu pai obrigada
Aos Treze ja foi mamãe
Que vida apertada

Gostava só de cantar
Dançava como ninguem
Um dia desceu o morro
Sonhando ser um alguem
Foi ao show de calouro
Vejam só..... encontro quem?

Foi o Ary Barroso
Quando se apresentou
Levou a nota maior
Logo ele perquntou
De que planeta vieste?
Ela não se intimidou

Muito séria respondeu
Vim do planeta fome
Nenhum doutor conhece
La criança mal come
Seu caviar é fubá
É o que mais consome

Depois de soltar a voz
O Ary espantado
Gritou no microfone
Gente, aqui do lado
Nasceu uma estrela
Ouçam, estou errado

Elza parou pra olhar
A sua volta, no chão,
Estrela? Onde está?
Pura imaginação
Vou é levar meu premio
E alegrar meu povão

Conheceu o Garrincha
Com ele logo casou
Carióca da gema
Até no Gloria cantou
José Loureiro foi quem
Sua biografia lançou

A cantora do milênio
A BBC apresentou
E na copa do mundo
O Brasil representou
Atravessou os mares
Até na Itália gravou.

Lata dágua na cabeça
La vai Maria
Lá vai Mariiiiiiiiia....

Vandete Bandeira Yung-Tay
20/06/09

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Solidão ( A quadra)


Partiste a muito tempo
Triste mas esperançoso
Procurando um campo
Que fosse mais rendoso

O bem que aqui ficou
Não deixa você em paz
A saudade aumentou
Até chorar foi capaz

Esta amarga solidão
Muito breve ha de passar
Alegrar o coração
Só quando tu retornar

Será choro de alegria
Por tristeza que se vai
Como a relva sorria
Vendo a brisa que cai

Gostou?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Lendo Cordel (A sextilha)




Sentado em um banco
De madeira usada
Um senhor lia cordel
Sem ver a meninada
Que deixava de brincar
E ouvia admirada

Tentando entender
Porque lendo cantava
Na escola da vila
Assim não estudava
Era só soletrando
Quando ler tentava

O Himo Nacional
Era obrigatorio
Cantar antes da aula
Todos no auditório
Com a mão no coração
como no oratório

Ái de quem tagarelasse
Tinha castigo duro
A palmatória na mão
todos virados pro muro
De joelho no milho
Sê viu...Desconjuro

Passou-se a ensinar
O tal cordel na escola
Para que as crianças
Que só pensava em bola
Só um pouco prestasse
Atenção sem cola

O cordel veio da França
E tambem de Portugal
Tipografia não tinha
Era tudo manual
Se fazia o carimbo
Numa folha de metal

Com criatividade
O homem desenhava
Carimbava no papel
A revista formava
Pendurava num varal
E a prole sustentava

Aqui estamos nós
Trazendo para voces
Alguns versos singelos
Para lembrar o frances
Do portugues tambem
Levar pro mundo talvez